sábado, 1 de fevereiro de 2014

Envolvimento do magnate e multimilionário australiano Kerry Packer? (parte I)

No início de Setembro de 2001 começaram a surgir aparentemente bem fundamentadas teorias, que o falecido (27/12/05) magnata australiano da comunicação social e multimilionário Kerry Packer, teria estado envolvido numa derradeira tentativa, por parte do governo australiano, em evitar a invasão indonésia. Segundo o investigador britânico, Hugh Dawson, a quem muito se deve a denúncia das forças indonésias na morte dos jornalistas britânicos e autralianos (a quem se dedicada artigo especial a seguir), com base nas revelações feitas pelo jornalista australiano, Gerald Stone (colega do assassinado Brian Peters), no seu livro Compulsive Viewing (edição da Penguin Books - Australia), a viagem e chegada do seu patrão e proprietário, (entre outros, da estação televisora australiana Channel Nine), Kerry Packer, a Dili, a 29 de Agosto de 1975, sempre envolta em mistério, teria estado relacionada com a missão secreta, ao serviço do governo australiano da época, chefiado por Gough Whitlam, em dissuadir o exército invasor, no terreno, das suas intenções. Aponta Hugh Dawson, nesta sua interessante tese, em conversa com o autor e, mais tarde, apoiada em convincente documentação a que o autor teve acesso, que, como competente e comprovadamente experiente jornalista, Gerald Stone interrogou-se várias vezes sobre a verdadeira razão da companhia e presença de Kerry Packer. Aparentemente, sustenta Hugh Dawson, tudo resultou da própria decisão de Gerald Stone, na altura diretor da Redação do Channel Nine, em chefiar tão arriscada reportagem. Aqui, disse Hugh Dawson, "um homem tão bem posicionado nos meios governamentais como Kerry Packer, certamente que sabia da invasão e, até, da data aproximada em que teria lugar. Daí, o seu invulgar e inusitado interesse." Com base na documentação a que o autor teve acesso, passa-se a palavra a Gerald Stone: "Decidi, pessoalmente, fazer a reportagem. Como era o único jornalista, tanto em Sidney como em Melbourne, com experiência da cobertura de guerras, como aconteceu no Vietname, e como uma missão desta natureza em Timor Leste apresentava-se muito arriscada para mandar qualquer outro jornalista sem experiência da cobertura de guerras, a questão era agora justificar as despesas da deslocação. Por isso, precisava da autorização de Kerry (Packer). Quando lhe expliquei o meu plano, a sua resposta foi instantânea - 'Perfeitamente, mas na condição de eu ir contigo'. O coração caíu-me aos pés, devido ao inesperado peso da responsabilidade e da proteção ao meu próprio patrão, numa missão tão arriscada como esta. Mas, como sabia, não valia a pena apresentar argumentos em contrário..."

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