domingo, 19 de janeiro de 2014

ADEUS REINO UNIDO, BENVINDA ESCÓCIA INDEPENDENTE?

Daqui a alguns meses, mais precisamente em setembro, a Escócia poderá voltar a ser independente e o até lá Reino Unido, desunido, possivelmente para sempre! Pelo menos é que as sondagens atuais apontam. O prometido referendo decidirá o novo futuro da Escócia. Aliás, não se trata do primeiro, mas o último, este prometido pelo atual governo minoritário daquela nação, o Partido Nacionalista Escocês (SNP, sigla britânica), chefiado pelo seu primeiro-ministro, Alex Salmon, quando há três anos ganhou as eleições. Antes da chamada União, ou seja a formação da Grã-Bretanha com a integração da Escócia, por lei votada no Parlamento de Westminster, em 1707, existia, apenas, a união entre o País de Gales e a Inglaterra, em vigor esde 1543. Como diz a Profª Linda Colley, na sua obra BRITONS - Forging the Nation 1707-1837, pág. 12 (Edição PIMLICO), não se tratou de uma união política, nem tão-pouco forjada em afeto, mas, prova de "um ato de imperialismo cultural e político forçado nos indefesos Escoceses pelos seus vizinhos mais poderosos do Sul”. Com longo e turbulento historial entre os dois países, a primeira e última ipso facto independência, ocorreu com a chamada Declaração de Arbroath, feita na abadia daquela cidade do condado de Angus, no litoral centro-oeste, após a retumbante vitória de Robert, o Bruce sobre os seus históricos e poderosos inimigos ingleses, em Bannockburn, em 1314. Porém, depois da decisão do Rei James VI, após a abdicação da mais tarde infeliz mãe, Mary, em 1567, que também foi rainha da França, embora proclamado rei, só assumiu o Trono em 1583, favorecer a união com a Inglaterra, inglória ambição da desditosa mãe, unindo os dois reinos em 1603, após o longo reinado de Isabel I, sob o título de James I. Contudo, a União, como se mencionou anteriormente, só foi sancionada pelo Parlamento em 1707. Muito contestada pelos escoceses. a derradeira tentativa, foi a do tido como herói, Bonny"Charles (Príncipe Charles Edward-Stuart), na Batalha de Culloden, no norte da Escócia (nas proximidades do aeroporto de Inverness), em 1746, em que saiu derrotado e humilhado. Neste breve, mas sangrento encontro, frente às forças governamentais, comandadas pelo Duque de Cumberland, de que lhe valeu o título de Carrasco, conseguiu escapar.. Para salvar a pele, disfarçou-se de criada, e, durante cinco meses foi protegido pelos ciosos habitantes da Alta Escócia, ou "Highlanders", que nunca o traíram, conseguindo escapar para França, onde chegou, em setembro de 1846. O cenário da sangrenta batalha, assinalado por um pequeno marco, é agora belo terreno do hotel Culloden, propriedade do simpático casal Marjorie e Ian McKenzie, onde esteve brevemente hospedado o então presidente Dr. Mário Soares, quando em 1 e 2 de Maio de 1993, acompanhado da esposa, visitou a Escócia, que pessoalmente acompanhei, e em que fui o único jornalista nacional presente. Por amabilidade do Presidente fui integrado na comitiva, seguindo-se a inglória “caça” à famosa “Nessie”, que depois de longamente procurada, no famoso e vasto Lago Ness, de que se diz ser habitante, não se dignou mostrar a cara a tão prestigiado visitante. O próximo referendo, aliás o terceiro, poderá decidir o regresso à tão ambicionada independência e a criação de um novo Estado membro da Commonwealth, disposto a optar pela libra esterlina, que, a suceder, nenhum primeiro-ministro britânico no Poder gostaria de ser conhecido. Porém, a ambicionada vitória do SNP poderá não se concretizar, caso os eleitores escoceses (os ingleses estão excluídos) conhecidos pela sua preocupação de carácter económico, particularmente após a recente crise financeira de que o país acaba de sair, venha a ditar a decisão final, preferindo optar pela contínua segurança económica, sacrificando idealismos do, que a incerta promessa de um futuro melhor. ~

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

A CORRIDA PARA O ÁRTICO

A recente detenção, por parte da Federação Russa, de 30 ativistas da Greenpeace, que depois de dois meses de prisão em condições inaceitáveis, devido aos protestos mundiais (infelizmente pouco noticiado no nosso país) viu-se obrigada a libertá-los, alertou a opinião pública mundial para a Questão doÁrtico. Digo questão, devido ao facto da ação, por parte da Rússia, na exploração mineral e e de petróleo naquela vasta região por parte da sua principal multinacional, Gazprom. A Federação Russa, aliás o principal país do chamado Conselho do Árctico, que além dela fazem parte outros 7 países (Canadá, Dinamarca, Groenlànndia/Ilhas Faraó, Finlàndia, Islàndia, Noriuega e Suécia), assim como a população nativa, os chamados Inuits foi um dos primeiros membros a manifestar o seu ativo interesse em tão vasta e inóspita região, colocando, em 2005, uma bandeira de titânico nas profundezas marítimas. Aliás, o Presidente Vladimir Putin tinha já declarado publicamente o predominante nteresse do seu país no Árctico. É importante recordar que os vikingos foram os primeiros europeus a colonizar a vasta região, a começar pela Groenlândia, no século X. Como se sabe esta vasta região autónoma é soberania da Dinamarca, que, no entanto, em 2008 votou por alargada independência. Mais irónico é o facto de que o influente matemático e geógrafo inglês, John Dee, a quem se deve a cunhagem do título de Império Britânico, já no século XVI invocava o Ártico como para do império de Isabel I. Recentemente a ação da Rússia, como o primeiro país a efectuar prospeções na região, o que levou a Greenpeace a manifestar-se contra tais intenções, foi surpreendida pela dureza das forças especiais russas, que além de invadirem apoderaram-se, em águas internacionais, do navio daquela organizaçãao e detidos os 30 manifestantes, inicialmente radicados nos frios e desolados calabouços de Murmansk, a dura ação russa bem demonstra as suas intenções de soberania na vasta fatia que abarca 120o de laatutude do hemisfério norte. Além da vasta e inexplorada riqueza marítima do Árctico, tanto e termos de petróleo e gás, mas principalmente de minérios, devido aos efeitos de estufa, aquela vasta e gélida região, de 30 milhões de Km2 e escassamente habitada por 4 milhões, tem vindo assustadoramente a derreter desde há 30 anos, mas amsi acentuadamemnte a partir de 2005, permitindo, agora, a passagem de navios mercantes de pequena e média dimenssão, embora no verão, na chamada Passagem do Noroeste, reduzindo as viagens para o Oriente, principalmente o Japáo, em apenas 15 dias, quando normalmente levam 22 pelo Canal do Suez e 29 pelo Cabo da Boa Esperança. Consciente desta adicional e enorme vantagem estratégica, a Russia ciosamente procura assinalar a sua soberania. Aliás, um dos países, como é o caso de Singapura, previndo a ameaça que tal rota pode trazer para a sua riqueza marítima, é um dos que mais se esforça para partilhar de tão imporyante vantagem, Como o conseguirá, é cedo +ara prever. Tudo iso demonstra a importância do Ártico nos anos vindouros. A tragédia, como já vem sendo hábito, é a predominância impeialística da Rússia, colocando em desvantagem a diferente e variada população nativa que, pssivelmente, será destituída de qualquer vantagem