sexta-feira, 9 de agosto de 2013

O GEORGE DE CAMBRIDGE

Cambridge lendária cidade universitária, situada no centro-leste da Inglaterra, tem um novo George. Ainda não aluno, pois conta apenas poucas semanas de vida, além de privilegiado cidadão de tão vetusta a académica cidade, será também um dia o sétimo soberano do país e da vasta Commonwealth. Nascido às 16:24 de 22 de julho de 2013, o novo George Alexander Louis, filho de Kate Middleton e do comandante de helicópteros de salvamento, William Windsor, é o novo aluno em potencial aluno de tão importante Centro de Saber, que entre os seus lauréis conta com elevado número de laureados Nobel. Possuidor de excelentes pulmões, tal como o pai afirmou, que, comummente traduzido significa exercer ótimas qualidades vocais, indispensáveis para um potencial orador, tal como o nome, parece honrar e traduzir as milenares tradições das origens académicas de Cambridge. Lembremo-nos de que a Universidade de Cambridge, deve a sua origem à revolta de professores e alunos aquando da condenação a enforcamento do aluno criminoso e colegas de alojamento, que abandonando a Universidade de Oxford muitos deles ali se radicaram dando origem à fundação da Universidade de Cambridge pelo que se orgulha de uma tradição liberal, com raízes profundas na música, principalmente coral e medieval (caso do Trinity College). Embora tivesse sido fundada em 1209, em 1226 teve o primeiro Reitor, reconhecido tanto pelo Rei como pelo Papa, mas só em 1284 é que viu o seu primeiro "college", Peterhouse. As lutas e provocações por parte dos educandos levaram à destruição das escrituras e alvarás universitários, provocando também a morte de vários estudantes. Dos sérios distúrbios só o “Colegge” Corpus Christi, fundado em 1352, demonstrando invulgar espírito de mediação, permaneceu incólume devido ao notável pacifismo e exemplo demonstrados. Aliás, pautada pelo seu puritanismo e em sequência aos incidentes, o Corpus Christi, proibiu os seus alunos a participar em peças teatrais, que na altura eram predominantes no meio académico e que, mais tarde, seria enorme alfobre de talento como se pode constatar no século XX, nomeadamente John Cleese, um dos fundadores da celebérrima série televisiva Monty Python Flying Circus. Exemplo idêntico, este em termos de organização de peças teatrais, foi seguido pelo “Colegge” Emmanuel, fundado em 1584. Este negro capítulo, levou o Reitor da Universidade, Lorde Burghley (William Cecil), também ministro das finanças, a decretar, em 1585, normas severas, incluindo o envergar obrigatório de uniforme. Mas, quase dois séculos mais tarde, em 1776, o recruta que viria a ser famoso anti esclavagista, William Wilberforce, notaria, dececionado, que a devassidão entre os alunos era predominante: "bebem imenso ... pelo que fiquei chocado com a sua conduta" Outro contemporâneo apontava que "era escandalosa a ignorância da ordem e da disciplina na Universidade". Não surpreende que a partir do século XIX, Cambridge libertou-se dos atavios religiosos, como, por exemplo, exames de religião como prova obrigatória de admissão e começou a abrir o currículo às Ciências Naturais (1851), à Engenharia (1894) e à Matemática. Foi também neste período que graças ao Girton “College”, foram admitidas alunas (1869), o que constituiu uma verdadeira revolução no ensino superior para a época. Se a Universidade de Cambridge se orgulha de muitos laureados Nobel, em que se destacam, pela sua importância, Ernest Rutherford (mais tarde Lorde), inventor da separação do átomo em 1932, como os Drs. James Watson e Francis Crick, que juntamente ao Prof. Maurice Wilkins, este do King''s College de Londres, descobriram a origem da vida, o ADN (ácido dióxidoribonucleico), em 1953, para ser igualmente fiel à irreverência de que a origem de Cambridge é timbre, nela, além de atores, foram também formados célebres jornalistas e escritores igualmente irreverentes, como é o caso do já citado John [Marwood] Cleese e de David [Paradine] Frost. Fiel à tradição, ou seja, depois do diretor da cátedra de matemática, Charles Babbage, ter inventado, em 1833, a "máquina analítica" tida como a precursora dos computadores, Cambridge é conhecida como verdadeiro Centro Científico, em que a informática desempenha papel importante. É esta Cambridge que, agora, passa a contar com um George, este Real e o terceiro na linha da sucessão ao Trono..